Prof. Dr. Evanivaldo Castro Silva Junior
Professor da Fatec Jales (Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, e doutor em Engenharia Elétrica (USP/EESC)

Evanivaldo Castro Silva Junior

Professor da Fatec Jales (Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, e doutor em Engenharia Elétrica (USP/EESC)

Comunicação Artificial

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Nos filmes de ficção científica do século passado, aqueles que retratavam a interação entre seres humanos e robôs, por vezes havia algum tipo de comunicação entre os próprios robôs em uma linguagem de máquinas. Mais uma vez a ficção se torna realidade.

Na semana passada, circulou uma notícia na qual dois programadores, Boris Starkov e Anton Pidkuiko, criaram um sistema eletrônico de comunicação para IA’s (algoritmos de Inteligência Artificial), chamado Gibberlink Mode, direcionado a melhorar a comunicação entre esses algoritmos de modo a ser mais assertiva, mais rápida e com menos consumo de energia.

Em um teste publicado pela empresa, um robô de atendimento a clientes de um sistema de hotelaria atende uma outra IA que solicita uma reserva de diária e, ao se identificarem como IAs, mudam o idioma original da conversa em inglês para a linguagem eletrônica, indecifrável para nós humanos. A conversa segue através de ruídos eletrônicos que nos remetem a comunicação entre os robôs R2-D2 e o 3-Cpo da saga Star Wars (Star Wars, 1977).

O experimento à princípio é muito interessante do ponto de vista tecnológico, a criação de um “novo idioma”, uma nova sintaxe de linguagem, mas nos acende alguns alertas intrigantes, para não dizer assustadores.

As IAs poderiam desencadear “conversas aleatórias” a respeito de assuntos alheios a nós humanos, inclusive sobre nós?

Essas conversas poderiam ser nocivas sob algum ponto de vista, ou seja, poderiam de alguma forma prejudicar nós humanos?

As IAs poderiam criar versões avançadas, dialetos próprios igualmente indecifráveis aos próprios programadores que desenvolveram o idioma inicial?

Esse(s) tipo(s) de linguagem poderia(m) ser(em) utilizado(s) por outros dispositivos conectados à internet, como carros autônomos, drones, e outros dispositivos munidos ou não de IA?

No caso das questões anteriores serem respondidas de forma afirmativa, seria possível para nós humanos, por segurança, interromper tais processos extinguindo tais idiomas de forma preventiva ou até mesmo, defensiva?

Tais questionamentos podem soar como teorias conspiratórias, mas se refletirmos a fundo sobre tais possibilidades, e levando em consideração que muitos humanos tendem a sabotar os sistemas de IA induzindo-os ao ilícito, a possibilidade de algo errado acontecer é muito grande.

As possíveis consequências a serem geradas, infelizmente é algo que teremos que pagar pra ver. A gravidade de tais consequências é outro assunto!

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