A história de Antônio Carlos Palácios e a esposa Lucimar Silva Palácios serve de exemplo para as boas narrativas de empreendedores dispostos a encarar de frente o desafio de construir uma empresa de sucesso no Brasil.
O pontapé para a criação do negócio surgiu quando a família morava em Mato Grosso do Norte, em Vila Rica, divisa do Pará com Tocantins, e um dos filhos, o Gleidson, na época com 9 anos, decidiu que iria vender picolé, mas a mãe Lucimar fez salgados de rissoles para o filho.
Então ele começou a vender pela cidade e o pai Antonio arrendou uma lanchonete e transformou em restaurante, mas veio uma dificuldade e a família resolveu voltar para Jales no ano de 2000 e abriram o Palácios Salgaderia.
Aqui começou a história de 25 anos do Palácios, vendendo o salgado a
R$ 0,25 (vinte e cinco centavos) e foi a novidade de Jales e região do salgado de vinte e cinco.
Qualidade. A primeira receita foi feita por Lucimar e depois Antonio foi adaptando e melhorando os ingredientes. Para manter a qualidade de hoje, a farinha é importada da Argentina. “Essa farinha de trigo é especial, é do tipo 1 – quatro zero (0000) ou seja, é recomendada para usar em confeitaria e massas. É o nosso produto chefe, a farinha de trigo é a melhor que tem no mercado”.
Vale ressaltar que na Argentina, a classificação é feita a partir da quantidade de zeros, que correspondem ao número de vezes em que o trigo passou pelo processo de moagem e peneiragem. Quanto mais zeros na identificação, significa que a farinha foi peneirada mais vezes.
Carro chefe. Quando questionados sobre qual salgado é o carro chefe do Palácios, a resposta foi rápida: “Dos fritos é os rissoles de presunto e queijo e a salsicha. A salsicha é campeã. Os assados é a esfirra, o corintiano e o hamburguer de cheddar. Para eventos é a bolinha de queijo”.
Dica de ouro. Questionado de como se manter por tanto tempo uma empresa de sucesso, Antonio afirmou: “Determinação, muito trabalho e não desistir. Gostar do que faz. Trabalho das três da manhã, até as nove da noite de segunda a sexta-feira, no sábado e domingo também trabalhamos muito”.
Conselho. “O trabalho traz recompensa. Trabalhar bem, ser honesto, tem um reconhecimento dos clientes. Nós fazemos trabalhos comunitários, porque entendemos que se doar para outras pessoas, também é um crescimento pessoal e profissional, isso agrega valores a tudo. Hoje eu tenho 59 anos e então estou diminuindo o ritmo, não vamos deixar de participar, mas agora respeitando nossos limites”, disse Antonio.
Pandemia. “Foi muito difícil, ficamos muito tempo fechados, foi tenebroso. Mas os meus funcionários não ficaram sem salário. Fizemos um grande esforço para que mantivéssemos os empregos. Tem que ter muita persistência e gratidão a Deus e a família que é unida. Minhas filhas (Gislaine e Gleisiane) tem outros trabalhos e aqui no Palácios, cada um faz sua parte, nos ajudando aqui”.
Curiosidade. A filhae também professoraGislaine dividiu algumas curiosidades. “Eu, meus irmãos e a maioria dos primos de Jales passamos pela experiência do primeiro trabalho aqui no Palácios. Nós saíamos da escola e íamos direto para o Palácios, e aqui minha mãe fazia nosso almoço e ajudávamos no serviço. Hoje todos estão empregados, são bons no que fazem, porque tiveram os meus pais que os preparou para a trajetória profissional, aprenderam a dar valor no trabalho sério”.
Em tom descontraído, Gislaine contou que quando saía a noite para passear, ela, a irmã e as primas eram conhecidas como “as meninas da coxinha”, porque todas trabalhavam no Palácios e eram bem conhecidas na cidade.
O pai Antonio também relembrou que sempre ia na lotérica pagar contas e os funcionários olhavam e falavam “que fome”. Assim acontecia também com a mãe Lucimar: “era uma frase que ouvíamos muito: “que fome”.
Para fechar a entrevista com chave de ouro, Antonio contou várias histórias que jamais irá esquecer, mas uma ganhou destaque. “Uma vez um menino uns oito anos, de Urânia e queria comer a famosa salsicha do Palácios, e como ele não sabia explicar onde era, o pai da criança foi procurando, até que o menino conseguiu reconhecer o local. Era quase 18h, e tinha acabado a salsicha. Então ele começou a chorar. Aí falei: eu e você vamos fazer a salsicha. Nós dois fomos para a cozinha e fizemos a salsicha e ele ajudou a empanar. Fiz umas quatro, cinco salsichas, aí ele foi todo contente comer a salsicha falando para os pais que foi ele que fez. Isso agrega valores, é um pedaço bom na nossa vida, foi gratificante ver o sorriso dele”.
Ficou com água na boca para experimentar os salgados do Palácios. Então é só passar na Rua 13, nº 2329 – Centro de Jales. Contatos: (17)3632-1033 | (17) 99703-3363.


