Se tem um tema que parece nunca se esgotar é a educação, especialmente a educação básica no ensino público brasileiro. A cada dia os desafios aumentam. Apesar de décadas de enfrentamentos, os resultados alcançados por sistemas de avaliação internacionais indicam o Brasil numa posição no ranking bem distante dos melhores resultados.
Reverter esse quadro não parece tarefa fácil, a desigualdade social e econômica, associada a outros fatores, tornam essa luta muitas vezes extremamente dolorosa tanto para docentes quanto para os discentes. A escola e as transformações na vida cotidiana parecem distantes de acertarem o passo, em especial diante da revolução tecnológica dos últimos tempos. Atravessados por uma pandemia fizemos um mergulho profundo e desesperador no uso das tecnologias e com muita dificuldade retornamos a superfície atônitos com nossa dificuldade em recolocar a vida nos trilhos.
Na escola prof. Carlos de Arnaldo Silva não foi diferente, talvez até mais intenso por suas particularidades. As mesmas tecnologias que nos permitiu continuar comunicando, mesmo em isolamento, tempos depois trouxe vícios tóxicos que causaram grandes estragos na aprendizagem (quem não se lembra da febre do tigrinho), mas felizmente o Estado entendeu a gravidade da situação e proibiu esse tipo de aparelho na sala. Assim, num curto espaço de tempo o celular foi de herói a vilão da aprendizagem.
Chegamos em 2025, como em anos anteriores, buscando caminhos para que a aprendizagem básica seja garantida para os nossos estudantes. Para retomar a linha de crescimento nos indicadores dos sistemas de avaliação precisamos entender que nossos adolescentes e jovens não os mesmo de alguns anos atrás. Hoje, eles tateiam em busca de sentidos. Estão angustiados e cheio de incertezas em relação ao futuro. O projeto de vida é redesenhado em círculos. Nosso discurso motivacional já não ecoa em seus ouvidos.
Então, o que fazer? Em primeiro lugar a escola precisa se tornar um espaço desejado, compreendido e amado por estudantes e professores. Essa utopia é necessária para enfrentar um cenário de distopia na educação, em especial nas escolas que recebem os menos favorecidos. Em segundo é necessário dar conta do contexto que envolve a unidade escolar em toda sua complexidade. Neste sentido, a EE prof. Carlos de Arnaldo Silva está buscando seu caminho ciente das imensas adversidades e dos vários agravantes de cunho social, econômico e cultural. Aos poucos estamos implantando e sedimentando projetos pedagógicos que atuem como antídoto a indiferença e ao desinteresse pelo aprendizado. Criar meios de sensibilizar, tocar emoções e descortinar novas perspectivas de vida são desafios urgentes para iniciar uma trajetória de reversão de resultados indesejados.
A EE prof. Carlos de Arnaldo Silva com certeza começou a trilhar esse caminho ao incorporar ao seu cotidiano acadêmico diversos projetos que trabalham a sensibilização e a conscientização sobre a importância da aprendizagem. A conquista do projeto Guri, em 2025, oferecido pela Secretaria da Educação foi o primeiro passo rumo a uma escola melhor. Neste caso, cabe destacar que nossa escola foi a única escola da Diretoria de Ensino Região de Jales a receber esse projeto. O trabalho realizado pelo professor de música Otoniel Vianna está impactando positivamente na relação dos estudantes com a Escola, conforme relatos dos pais.
Novos projetos estão sendo implantados visando o sentimento de pertencimento, focados no fortalecimento dos laços entre estudante e escola. A partir de um projeto Guarda-chuva intitulado “A Escola é Minha, é Sua, a Escola é Todos Nós” várias ações como “destaques da Escola”, painel “o que a escola representa na minha vida” e “Líderes da Aprendizagem” foram colocados em prática, e, já é notório a mudança positiva na relação estudante/escola. São projetos que estão nos mostrando que o caminho da excelência passa pela ressignificação do espaço escolar e de uma reinvenção do futuro (ou de um novo olhar para o futuro). Toda equipe focada no melhor que temos, fazendo o melhor que podemos. Assim estamos lapidando nosso diamante.
Prof. Dr. Silvio Luiz Lofego (Coordenador de Gestão Pedagógica Geral (CGPG) EE Prof. Carlos de Arnaldo Silva)