Prof. Dr. Evanivaldo Castro Silva Junior
Professor da Fatec Jales (Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, e doutor em Engenharia Elétrica (USP/EESC)

Evanivaldo Castro Silva Junior

Professor da Fatec Jales (Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, e doutor em Engenharia Elétrica (USP/EESC)

Inovação Comportamental: um legado do Papa Francisco

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Quando falamos de inovação geralmente pensamos em produtos, serviços ou ambos de forma integrada, vias de regra utilizando tecnologias de ponta, com propostas disruptivas.

Existem, porém, outros níveis de inovação que compreendem a “simples” melhoria de algum produto ou serviço, adaptações de procedimentos para outros gerando melhorias nos processos, aplicações de novas (até antigas) teorias de uma área do conhecimento para outras, e até mesmo uma miscelânia disso.

Tais inovações podem apresentar como proposta final, mudanças radicais no cotidiano das pessoas, das empresas, das corporações ou até das nações. Há, inclusive, raríssimos casos em que a inovação pode propor mudanças com um potencial de atingir toda a humanidade.

É muito provável que os exemplos de vida do Papa Francisco, fundamentalmente voltados a simplicidade, a humildade, a servidão e, principalmente, a “humanização da humanidade”, representem um tipo de inovação não tangível (imaterial) que reúna um pouquinho de cada possibilidade mencionada gerando algo de grande impacto na vida humana.

Podemos considerar esse tipo de proposta uma inovação comportamental.

Durante o seu relativamente breve papado, o Papa Francisco propôs algumas mudanças comportamentais voltadas a aproximação da igreja católica às populações mais humildes e necessitadas. Seu exemplo de simplicidade nos acendeu uma luz sobre o próprio destino da humanidade.

Aliás, falando em humanidade, Francisco sempre deflagrou atenção não somente as questões humanitárias em si mas, principalmente, quanto a humanização destas questões.

Na icônica cena em que caminha sozinho pela praça de São Pedro no Vaticano em plena epidemia do COVID-19, mostrou mais que atenção, demonstrou uma verdadeira preocupação com aquela catástrofe global. Certamente devia estar pensando em como os mais pobres e necessitados estariam enfrentando aquela situação, muitos sem o nível mínimo aceitável de assistência.

Em outras ocasiões quando questionado sobre assuntos polêmicos envolvendo a igreja, não se ausentou das responsabilidades de sumo pontífice, ao contrário, dissertou da forma simples e direta focando, como sempre, no ser humano, não em rasas ideologias desconexas à sociedade.

Esses e outros atributos comportamentais devem gerar nas próximas gerações, principalmente nas mais novas, um modelo, ou talvez alguns modelos comportamentais que ao longo dos anos criarão paradigmas.

Assim como o exemplo de luta pacífica propagado por Mahatma Ghandi, o exemplo de resistência pacífica as adversidades e ao combate à violência racial deixado por Mather Luther King Jr e a santidade pacificadora do Papa João Paulo II, a humildade e simplicidade configuram o legado inquestionável do Papa de Francisco.

Vá ao encontro de Deus, Papa Francisco, e seja bem recebido. Amém!

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