Na manhã desta quarta-feira, dia 5 de março, a Diocese de Jales realizou o lançamento da Campanha da Fraternidade de 2025, no Centro Pastoral da Catedral Nossa Senhora da Assunção.
O debate proposto para o período da Quaresma traz como tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema “Deus viu que tudo era muito bom”.
De acordo com o “Texto Base” da Campanha, o propósito deste tema é sugerir uma espécie de conversão ecológica, incentivando os cristãos a se reconhecerem como parte integrante do meio ambiente e a zelar por ele, atuando como seus protetores. O tema é fundamentado em diversos textos, incluindo a Encíclica do Papa Francisco “Laudato Si”, que aborda especificamente questões socioambientais. Em 2025, o documento completará 10 anos. Outra citação é o “Cântico das Criaturas”, de São Francisco de Assis, que este ano celebra seu 800° aniversário.
A mesa de honra foi composta por Valter Lucato Campano Junior (pároco da Catedral), Pe. Eduardo Alves de Lima (Coordenador Diocesano de Pastoral), Pe. Tiago Vinícius Raimundo Caetano (assessor da Campanha da Fraternidade), Pe. Jean Ferreira (assessor da Cáritas Diocesana), Pe. José Aparecido Ferro Martinez, conhecido como padre Zezinho (vigário geral da Diocese de Jales) e o bispo diocesano de Jales Dom José Reginaldo Andrietta.
Reflexão. O padre Tiago Vinícius foi o responsável em explicar o tema e lema da campanha deste ano. “Estamos em um momento especial que é o tempo quaresmal que é um convite para a conversão, a mudança de vida e mentalidade. Quaresma e Campanha da fraternidade se unem e de fato ajuda a viver os bonitos valores do evangelho e os ensinamentos que o Senhor nos ensina. O Papa Francisco em sua sabedoria, leva-nos a refletir e nos coloca a ecologia integral, ele nos questiona a partir do relacionamento com meio, com as pessoas, com Deus, com aquilo que somos e temos. Para de fato percebermos que o planeta vive sem o ser humano, mas o ser humano não vive sem o planeta”.
Prosseguindo na explicação com o “Texto Base” da Campanha, Pe. Tiago Vinícius: “Nós somos chamados a refletir sobre a realidade ao nosso redor, essa degradação ambiental, o desmatamento, a poluição e as mudanças climáticas que ameaçam a biodiversidade e a vida humana. A crise ecológica está diretamente ligada a um modelo de desenvolvimento insustentável, baseado na exploração desenfreada dos recursos naturais e no consumismo excessivo. E aqui a marca com os que sofrem que são os povos indígenas, as comunidades ribeirinhas e os quilombolas que há séculos tentam preservar e que agora vivem toda essa degradação do meio ambiente. É diante desse cenário que a Igreja convida a uma reflexão e a uma tomada de decisão’.
Gravidade do problema. Dom Reginaldo Andrietta disse que: “A Campanha da Fraternidade deste ano reafirma sua orientação litúrgica, catequética e socio pastoral, fundada na doutrina social da Igreja com seu muito atual ponto de referência, que é o paradigma ecológico, que se tornou uma das principais referências para as igrejas no mundo, de modo particular no Brasil. O Papa Francisco tem chamado a atenção sobre a gravidade desse problema, associando também aos graves problemas socias causados sobretudo pelo atual modelo econômico dominante no mundo que é predatório, que se trata de uma economia, como diz o Papa, que mata. Se não mudarmos a orientação econômica do mundo, tudo será muito paliativo. Os cientistas ambientalistas tem alertado o mundo todo, sem mudanças profundas em nosso modo predatório de tratar o planeta, caminharemos para um colapso planetário. Destruir a biodiversidade, comprometer a integridade da terra, provocar mudanças climáticas, contaminar as águas, o solo e o ar, e consequência acabar com nossa própria vida e destruir a vida no seu todo é evidentemente pecado. O Papa mesmo diz: um crime contra a natureza é um crime contra nós mesmos e um pecado, portanto contra Deus. A Campanha da Fraternidade nos propõe como reparação a mudança de rumo associando a espiritualidade quaresmal, visando promover conversão autentica a partir de situações que demandam resposta de fé, traduzidas nas formas de amor a vida.”
Presenças. Estiveram presentes as irmãs, seminaristas, religiosos e padres da Diocese, também Manoel Andreo de Aro (Secretaria Municipal de Obras, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente), Franciele Villa e Andrea Moreto (vereadoras), Junior Soler (reitor do Unijales) e a imprensa escrita e falada.
Declaração do Papa. Em nota divulgada hoje, dia 5, pelo Vaticano, a mensagem do Papa Francisco foi direcionada aos fieis brasileiros, através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que promove a Campanha. “O tema da Campanha da Fraternidade deste ano expressa também a disponibilidade da Igreja no Brasil em dar a sua contribuição para que, durante a COP30 (Conferência do Clima, que será realizada em Belém do Pará, em novembro), no coração da querida Amazônia, as nações e os organismos internacionais possam comprometer-se efetivamente com práticas que ajudem na superação da crise climática e na preservação da obra maravilhosa da Criação, que Deus nos confiou e que temos a responsabilidade de transmitir às futuras gerações”, afirmou.
Outras Campanhas. Ao longo dos 61 anos de Campanha da Fraternidade, oito Campanhas trouxeram o tema ambiente.
- 1979: “Por um mundo mais humano – Preserve o que é de todos”
- 1986: “Fraternidade e a Terra – Terra de Deus, terra de irmãos”
- 2002: “Fraternidade e povos indígenas – Por uma terra sem males”
- 2004: “Fraternidade e água – Água, fonte de vida”
- 2007: “Fraternidade e Amazônia – Vida e missão neste chão”
- 2011: “Fraternidade e a vida no planeta – ‘A criação geme em dores de parto’ (Rm 8,22)”
- 2016: “Casa comum, nossa responsabilidade – ‘Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca’ (Am 5,17)”
- 2017: “Fraternidade – biomas brasileiros e defesa da vida – ‘Cultivar e guardar a criação’ (Gn 2,15)”.







