Os refrigerantes são bebidas largamente utilizadas em nossa sociedade. Seu consumo é extremamente difundido e estimulado pela indústria e pela grande parte da mídia em geral. O artigo visa verificar quais são as relações concretas entre refrigerantes e câncer no nosso organismo. A ingestão de refrigerantes per capita no Brasil é elevado, segundo a ABIR (Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas não-alcóolicas), em 2021, foram consumidos 59 litros por habitante por ano. Existem vários riscos para o uso de refrigerantes que está associado a diversos agravos na saúde dentre eles: obesidade, cáries, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, osteoporose, cálculos renais e dependência. A obesidade é um fator de risco que está associada a diversos tipos de câncer dentre eles podemos citar: câncer de mama, câncer de pâncreas, câncer de cólon e reto, câncer de ovário, câncer de rim, câncer de estômago, câncer de esôfago, câncer de vesícula biliar, câncer de tireoide, dentre outros. A obesidade é uma condição pró-inflamatória crônica e sabemos que a inflamação crônica pode levar ao câncer. Também apresenta um estado de hiperinsulinemia, com efeitos mitogênicos e anti-apoptóticos. Outro mecanismo é que a obesidade faz com que alguns hormônios estejam elevados como os estrógenos, sendo importante em tipos de câncer dependentes ou estimulados pelos estrógenos como o câncer de mama e endométrio. Outro risco associado aos refrigerantes é o uso de adoçantes dentre eles o mais temido é o Aspartame. O Aspartame é classificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), por meio da sua agência a IARC (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer) como 2B, possivelmente carcinogênico para humanos, especialmente em câncer hepatocelular. A dosagem diária aceitável (IDA) de asparteme 0 a 40 mg/Kg de peso corporal. Outro componente preocupante do refrigerante é o uso de substâncias que também podem causar câncer, uma delas é o Corante Caramelo IV. Esse corante é utilizado amplamente em refrigerantes de cola, cervejas, balas e doces. Existem evidências da carcinogenicidade (ação de causar câncer) entre ratos e camundongos. Ele é classificado pela IARC (Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer) órgão da OMS (Organização Mundial de Saúde) como Grupo 2B – possivelmente carcinogênico para humanos. Esse corante é uma agente que pode induzir ao estresse oxidativo da célula ou genes. Esse ano em maio saiu um artigo na JAMA Otolaryngology – Head & Neck Surgery, que conseguiu mostrar uma associação entre câncer de cavidade oral em pacientes com uso de bebidas muito adocicadas aumentando o risco de três vezes mais em pacientes com mais de uma vez ao dia o consumo de tais bebidas. Devido a tais motivos devemos evitar ao máximo usar refrigerantes com açúcar, dietéticos ou zero. Uma opinião pessoal é tentar trocar os refrigerantes por água com gás ou suco natural. Cite nos comentários se quiserem um assunto específico mais aprofundado, podemos trazer artigos e referências que nos ajudem a ter mais saúde e ficar mais atento ao que consumimos. Mencionando a frase do grande médico e filósofo Hipócrates (pai da medicina): “Que o alimento seja seu remédio e que seu remédio seja seu alimento”. Podemos parafrasear dizendo que o alimento pode ser o seu veneno. Então cuide-se! Sávio Costa de Paula (cirurgião Oncológico e Cirurgião de Cabeça e Pescoço) Clique para conhecer o trabalho do dr. Sávio.
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